Como o próprio Luís Inácio Lula da Silva diria, "nunca na história" deste País um ex-presidente da República foi condenado por corrupção. Tristes dias em que um mandatário que se elegeu com dezenas de milhões de votos e foi o símbolo da esperança de um Brasil melhor e de oportunidades para todos chafurda na lama que se espraia e alcança quase a maioria absoluta dos políticos com mandato. Resta o consolo de que a democracia resiste e o funcionamento das instituições da República pode garantir a punição a todos quantos dilapidaram a nação, indistintamente, doa a quem doer.
No mais, é de se enfatizar trecho da sentença histórica do juiz Sérgio Moro:
"A culpabilidade é elevada. O condenado recebeu vantagem indevida em decorrência do cargo de Presidente da República, ou seja, de mandatário maior. A responsabilidade de um Presidente da República é enorme e, por conseguinte, também a sua culpabilidade quando pratica crimes. Isso sem olvidar que o crime se insere em um contexto mais amplo, de um esquema de corrupção sistêmica na Petrobras e de uma relação espúria entre ele o Grupo OAS. Agiu, portanto, com culpabilidade extremada."
"É de todo lamentável que um ex-Presidente da República seja condenado criminalmente, mas a causa disso são os crimes por ele praticados e a culpa não é da regular aplicação da lei. Prevalece, enfim, o ditado “não importa o quão alto você esteja, a lei ainda está acima de você” (uma adaptação livre de “be you never so high the law is above you”)."
Cliquem aqui e leiam a sentença na íntegra. Processo nº 5046512-94.2016.4.04.7000
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