domingo, 8 de dezembro de 2013

"Som de um Mestre" Quilombola

A comunidade quilombola África, no município de Moju, nordeste paraense, fez uma grande festa no sábado, 7, para a apresentação do livro de partituras, CD e DVD “Som de um Mestre”, que mostra o trabalho de mestre Jorge, lavrador, seringueiro e músico que integra o projeto Circuito das Artes do Instituto de Artes do Pará (IAP).




















O CD, DVD e o livro de partituras “Som de um Mestre” é o resultado de oito meses de pesquisa nas comunidades quilombolas África e Laranjituba, em Moju, que busca divulgar, por meio de pesquisa e captura de sons e vídeos, os aspectos da linguagem e da poesia musical de Mestre Jorge, além de mostrar sua relação com a comunidade e atores sociais.

Mestre Jorge tem 85 anos e é brincante da arte e da cultura mojuense e tem contribuído significativamente, com seu conhecimento, para a formação cultural e cidadã das comunidades quilombolas África e Laranjituba. “Desde meus oito anos eu toco e canto aqui na minha comunidade. Esse trabalho vai ser muito bom pra mostrar a nossa cultura, já que ela não tem tanto reconhecimento lá fora. Eu esperei muito por esse dia e fico feliz com a realização desse trabalho”,
Mestre Jorge é uma liderança atuante das regiões do Acará e Moju. Lavrador, seringueiro e músico, ele foi um dos responsáveis pela criação do “Grupo Experimental de Manifestações Culturais Quilombolas do Baixo Caeté – África”, e “Laranjituba”.
A apresentação do trabalho de Raimundo Magno aconteceu  no principal barracão da comunidade. Na ocasião, também foi exibido o vídeo-documentário sobre a vida e obra de Mestre Jorge à população, que ainda assistiu a uma apresentação do próprio homenageado e de outros grupos locais.






Mestre Jorge é uma liderança atuante das regiões do Acará e Moju. Lavrador, seringueiro e músico, ele foi um dos responsáveis pela criação do “Grupo Experimental de Manifestações Culturais Quilombolas do Baixo Caeté – África”, e “Laranjituba”.

Hoje, 160 famílias vivem nas comunidades quilombolas África e Laranjituba, cuja economia  subsiste basicamente da cultura do extrativismo. Dona Catarina Macedo, 55 anos, trabalha com extrativismo e artesanato, e diz que esse trabalho foi muito bem recebido pela comunidade. “Essa divulgação é muito boa porque vai mostrar lá fora tudo o que é feito em nossa comunidade - nossa música, nosso artesanato - porque, afinal, o que fazemos aqui também faz parte da cultura paraense”, disse.

O produtor cultural Raimundo Magno foi o responsável pelo trabalho. Além de Bacharel em Administração e pós-graduado em Marketing, Magno é articulador social de comunidades quilombolas no município de Moju.  Morador da comunidade, ele sempre teve o sonho de dar visibilidade ao trabalho desenvolvido por Mestre Jorge.

“O trabalho dele é muito rico e importante porque reflete a vida e cultura da comunidade, mas estava sem viabilidade e agora conseguimos esse patrocínio do Governo do Estado, via IAP, para lançar o livro de partituras, CD e o DVD com um documentário sobre a vida dele. Isso, por si só, já imortaliza o trabalho desse mestre. A cultura do Pará é riquíssima e é fato que ninguém vive sem cultura, por isso precisamos dar visibilidade às nossas manifestações e incentivar projetos como esse”, festejou.

A apresentação do trabalho de Raimundo Magno aconteceu  no principal barracão da comunidade. Na ocasião, também foi exibido o vídeo-documentário sobre a vida e obra de Mestre Jorge à população, que ainda assistiu a uma apresentação do próprio homenageado e de outros grupos locais.

O Circuito das Artes do Instituto de Artes do Pará é a compilação dos trabalhos realizados pelos bolsistas premiados no edital de Criação, Experimentação e Divulgação Artística, oferecido desde 2002. O ano de 2013 celebra a 12ª edição deste prêmio e mostra os trabalhos de 30 artistas paraenses. Ao todo, foram investidos 450 mil reais em pesquisas nas áreas de teatro, música, dança, audiovisual, literatura, artes plásticas e fotografia.

Além de Belém, os pesquisadores estiveram em diversos municípios do estado, desde o Baixo Amazonas até o Marajó, passando por áreas de quilombo e comunidades ribeirinhas nas regiões das ilhas. O resultado da imersão desses pesquisadores será visto em diversos espaços da capital do estado, assim como em Marituba, Ananindeua, Ilha de João Pilatos, Moju, Paragominas, Icoaraci, Santarém, Soure, Marabá, Castanhal e Vila de Abacatal. As apresentações começaram na última sexta-feira, 6 de dezembro, e seguem até 13 de fevereiro de 2014.

As inscrições para seleção de projetos dos editais de bolsa do IAP são abertas anualmente, sempre no mês de março.


Texto:
Antenor Martins dos Santos Filho
Secretaria de Estado de Comunicação

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