Fotos: Sodrepara
A ventania que se formou com a chuva, por volta das 15hs de hoje, danificou parte dos telhados dos galpões 1 e 2 da Estação das Docas. Pedaços da estrutura caíram sobre veículos que estavam estacionados no estacionamento interno e outros que se encontravam parados na Boulevard Castilho França. O material também atingiu a fiação elétrica e o peso acabou derrubando um poste de iluminação.
No interior da Estação das Docas o susto também foi grande. Funcionários e frequentadores se assustaram quando parte dos telhados dos dois galpões atingidos foi arrancada pelo vento. O espaço foi fechado ao público imediatamente após o incidente. No estacionamento interno, quatro veículos foram atingidos pelas telhas. Outros três veículos também foram danificados pelo material, mas se encontravam estacionados na rua.O fornecimento de energia elétrica na área do centro comercial foi interrompido com a queda do poste. Valter Fachinet, líder o setor de alta tensão da Celpa Equatorial, informou que uma equipe de manutenção foi mandada para o local. “Eles farão a recolocação do poste e a previsão é tudo esteja normalizado até por volta das 21 horas”.
A seguradora contratada pela OS Pará 200 também foi acionada para fazer a perícia dos quatro veículos danificados pelas telhas. Somente do galpão 1 mais de 20 metros do telhado foi arrancado da estrutura. No galpão 2 a extensão foi menor, cerca de 10 metros do telhado foram levados pelo vento.
Pessoas que se encontravam na Praça do Pescador, localizada em frente à Estação, relataram os minutos de pânico provocados pela ventania. “Foi muito rápido. A chuva estava forte e de repente surgiu um vento contrário muito forte trazendo galhos, cadeiras e pedaços de telhas. Quando a fiação caiu no chão eu senti um choque, fiquei ‘grudado’ na minha barraca (que é de ferro). Quem estava na parada também sentiu o choque”, relatou o autônomo Edson Pereira.
Réveillon - A possibilidade do problema estrutural ameaçar a realização da festa de réveillon da Estação das Docas foi descartada pela presidente da Pará 2000. “Não temos ainda como ter uma previsão de reabertura até que se possa averiguar a extensão dos danos. Vamos primeiro fazer as avaliações e fazer com que o tempo de fechamento seja minimizado. Provavelmente o réveilon será mantido”, afirmou Gabriela Landé.
O rastro da ventania derrubou pelo menos oito árvores na Praça Dom Pedro I e uma banca de lanches também foi destruída pela queda de uma das árvores. Vários urubus, que fazem das copas das árvores seu local de repouso acabaram morrendo no momento que as árvores desabaram. O vendedor de lanches Paulo Moreira, de 42 anos, relatou que chegou a ver a forma de um grande redemoinho levando galhos, lixo e aves. “Dava para ver ele girando rapidamente. Vi um urubu ser jogado contra a janela de uma casa e caiu morto”.
Próximo, na Praça Frei Caetano Brandão, os estragos prosseguiram. Três mangueiras caíram durante a forte chuva e uma delas atingiu um veículo que estava estacionado no local. Uma banca de venda de coco também foi derrubada pela ventania. O piso da praça foi bastante danificado com o desabamento das espécies vegetais, mas não foram registrados feridos no local.
Catedral – A cruz que ficava localizada na torre central da Igreja da Sé também tombou com a ventania. A peça confeccionada em ferro, encravada em uma base maciça de quase 500 quilos caiu sobre o telhado da edificação e por pouco não caiu para dentro da igreja. Os reparos iniciaram imediatamente para evitar danos maiores à estrutura.
A Praça do Carmo também perdeu uma mangueira e no Beco do Carmo várias casas foram destelhadas. Parte de uma parede de uma das casas caiu, mas não feriu ninguém. No interior do Mangal das Garças e o do Arsenal de Marinha várias árvores também tombaram com o vento.José Raimundo de Sousa, chefe de distrito do Instituto Nacional de Meteorologia, informou que o que ocorreu na tarde de ontem foi um raro fenômeno. Trata-se de uma rajada forte de vento, que tinha uma extensão de mais de 700 metros e que poderia atingir até 12 mil metros de altura.
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