Fundada em 1758 por Francisco Xavier de Mendonça Furtado (irmão do Marquês de Pombal) o pequeno povoado que em seus primórdios se chamava de São Domingos da Boa Vista, teve sua origem com as primeiras incursões portuguesas nos rios Guamá, Capim e Guajará.
O nome São Domingos é uma homenagem ao fundador da ordem dominicana Domingos de Gusmão, pois antes de sua fundação haviam uma freguesia de padres missionário dominicanos realizando o trabalho de catequese com os nativos.
Em 19 de agosto de 1932, com o Decreto Estadual nº 720, a denominação do município foi alterada, passando a se chamar São Domingos do Capim, em homenagem ao Santo Padroeiro e ao rio Capim.
O município de São Domingos do capim já foi tão grande que abrigava em seu território os municípios: Bujaru (1943); Paragominas (1965); Rondon do Pará (1982); Ipixuna do Pará(1991); Aurora do Pará (1991).
O desmembramento se deu pelo desenvolvimento econômico dessas regiões, até mais do que a própria sede, o que levou os mesmos a lutarem por sua independência política.
Religião
A cidade tem como Santo Padroeiro São Domingos de Gusmão, mas grande parte da população Campimense é formado por cristãos protestantes.
A pororoca deste sábado, 21.03.2015 em São Domingos do Capim, ganhou força e altura suficiente para a primeira tentativa do estabelecimento de um recorde mundial no Surf na Pororoca. Não foi desta vez que os atletas participantes conseguiram o maior número de pessoas surfando na mesma onda, mas ajudou a dar experiência aos mais novatos.
FOTOS: SIDNEY OLIVEIRA / AG. PARÁ
De longe se via uma linha branca no rio Capim, era a pororoca noturna. Ela apareceu alta e forte e mesmo debaixo de chuva e de um céu escuro, eles voltaram para a água. Sete surfistas profissionais surfaram a pororoca às 1h50 da madrugada.
FOTOS: SIDNEY OLIVEIRA / AG. PARÁ
Lendas sobre a pororoca
Um dos moradores mais antigos de São Domingos do Capim, Pedro Corrêa Sodré, de 81 anos, conta a lenda que mais se reproduz na cidade, desde quando ele era pequeno. “Há muitos anos, antes mesmo do descobrimento do Brasil, onde hoje é São Domingos do Capim, existia uma tribo indígena. Nessa tribo havia um bravo cacique, o Pirajuara, que quer dizer onça-pintada. Ele adorava o rio e teve uma filha, que teve sua influência e também era apaixonada pelas águas. Numa noite de lua cheia, quando a indiazinha apreciava o luar no rio, de repente, um homem vestido de branco surge de dentro d’água e a seduz. Era o boto”, relata o senhor, que passa os dias na porta de casa, olhando para o Rio Capim.
“A índia e o homem de branco se apaixonaram”, continua Pedro, “e então começaram a namorar. Até que a índia ficou grávida, e para a sua surpresa, ao invés de parir crianças, pariu três botinhos (os “três pretinhos”). Muito triste por não ter como criar os filhos botos, a índia os entregou para o rio, onde cresceram e se criaram. Alguns anos depois, quando eles já estavam grande, resolveram voltar para visitar a mãe. Com tamanha alegria, eles nadavam, levando tudo o que estava pela frente com a força que exerciam na água, formando ondas gigantes. Desde então, sempre os botos, filhos da índia, visitam este local, onde estava a tribo, nos trazendo o fenômeno da pororoca”, conclui, com tom de mistério, o já aposentando Pedro.
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